A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Existem diferentes abordagens ao estudo da felicidade - pela filosofia, pelas religiões ou pela psicologia. O homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena.
Para Aristóteles, a felicidade pode ser atingida pela prática do bem.
Todas as atividades humanas objetivam a felicidade. O budismo, assim como as outras religiões, ensina às pessoas como viver para conquistarem uma vida feliz. No entanto, muitas religiões encorajam seus crentes a orarem para que algo místico, uma força transcendental, elimine os problemas da vida. Então, se as pessoas são religiosas ou não, também tentam com freqüencia evitar as dificuldades e os problemas. O budismo mostra o caminho para uma nova vitalidade e uma profunda sabedoria, ensinando que os seres humanos devem inspirar-se a desafiar, e não a evitar, quaisquer dificuldades que enfrentarem e transformá-las em felicidade com o desenvolvimento de sua própria força vital. Superar o sofrimento em vez de fugir dele é uma atitude criativa de desafio e coragem, e é essa atitude que leva à felicidade absoluta.
Atlas da felicidade
O jornalista Eric Weiner passou um ano visitando países que reúnem aspectos ligados a um possível conceito de felicidade. Partiu em busca de respostas para perguntas como: quais são os ingredientes de uma boa vida? Por que algumas localidades são mais felizes que outras? Até que ponto somos “moldados” pelo ambiente que nos cerca? O roteiro levou em conta o ranking das nacionalidades emocionalmente afortunadas, formulado pelo pesquisador holandês Ruut Veenhoven. Descubra, a seguir, o que algumas nações têm de tão especial a ponto de seus habitantes – ou, pelo menos, a maioria deles – considerarem-se cidadãos felizes, apesar dos pesares.
Na Tailândia: sabedoria para viver
Para essa nação budista, felicidade é sinônimo de não pensar. Os tailandeses valorizam o simples viver muito mais do que o ato de refletir sobre o viver. “Eles desconfiam profundamente do pensar, pois pensar é como correr. Só por que suas pernas estão se movendo não significa que você esteja chegando a algum lugar”, compara o autor. A fim de evitar fadigas desnecessárias, eles seguem o lema mai pen lai, algo como “deixa pra lá e vá viver a vida”. Para ser feliz nessa terra de praias paradisíacas e sabores exóticos é preciso, acima de tudo, serenar o coração, conceito batizado de jai yen.
Índia: terra de contrastes
O país do misticismo e da pobreza – que é aceita como missão – reúne caos e beleza, o que o torna a um só tempo um destino sedutor e enervante, segundo o jornalista. O jornalista visitou a Índia – o reduto dos gurus com uma excelente pergunta em mente: “Por que é que tantos ocidentais presumivelmente saudáveis deixam para trás suas nações ricas e eficientes, e viajam para nações pobres e ineficientes em busca da felicidade?”. Primeira constatação: a modernidade não “atingiu minimamente que seja os alicerces da cultura indiana”. Por alicerces, entende-se, a estreita ligação com a espiritualidade, o sagrado. Segunda constatação: o contentamento brota da paz interior. Sendo assim, pouco importa o que se passa ao redor daquele que medita.
Islândia: mentes criativas
Como um país gélido e que passa a maior parte do ano na escuridão pode ser um refúgio reconfortante para quem lá vive? Pois é, a pequena e isolada Islândia se destaca pela sensação de acolhimento encontrada no centro familiar e das relações de amizade. Em outras palavras, os islandeses sabem compartilhar e celebrar a vida. O fato de a ilha ser diminuta favorece a proximidade entre seus habitantes. “Não há estranhos na Islândia. As pessoas estão sempre esbarrando em amigos e conhecidos”, comenta Weiner. O cenário natural interfere, igualmente, no comportamento dos moradores. Como se sabe, a Islândia é uma ilha com intensa atividade vulcânica. O que poderia apavorar a população, ao contrário, é motivo de graça. Talvez, por esse motivo, a arte esteja tão presente no cotidiano desse povo.
Suíça: tudo no lugar certo
“A Suíça é eficiente e pontual. Além de próspera e quase sem desemprego. O ar é limpo e as ruas são quase imaculadas”, descreve Weiner, com evidente incômodo. Ou será inveja? A perfeição reina soberana nesse país de belas montanhas e chocolates deliciosos, o que pode soar irritante para quem vive em locais bem menos civilizados. A mistura de eficiência, limpeza e tranquilidade, marcas reconhecidas internacionalmente, tornam a Suíça um país de felizardos. “Eles vivem vidas atenuadas. Seguem cantarolando, satisfeitos, sem nunca afundar abaixo de um determinado nível, mas também sem nunca tocar o teto”, relata o jornalista.
E pra você, o que é felicidade?
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