domingo, 18 de março de 2012

"Nam-myoho-rengue-kyo"

O Budismo de Nitiren Daishonin foi estabelecido em 1253, com a recitação do "NAM-MYOHO-RENGUE -KYO". A revelação deste mantra criou o meio que as pessoas de todas as épocas e condições atingissem a mesma condição de vida iluminada que o Buda havia chegado. Ou seja, permitiu que qualquer pessoa pudesse alcançar a felicidade absoluta e inabalável, independente das suas circunstâncias, sofrimentos e características.

"O NAM-MYOHO-RENGUE-KYO" tem um profundo e amplo significado. Em resumo, pode ser entendido como A Lei Suprema ou realidade que permeia todos os fenômenos do Universo.


NAM: entrar em sintonia com o Universo. É a devoção da vida buscando a felicidade individual e coletiva.
MYOHO: Lei Mística que governa o Universo. Místico é o adjetivo desta Lei do Universo e também significa perfeito. Myo é a misteriosa natureza de nossa vida a cada instante, que a mente não consegue compreender e que não pode ser expressa em palavras.
RENGUE: é caracterizado pela simultaneidade de causa e efeito e simbolizado pela Flor de Lotus.
KYO: realização do kossen-rufu, ou seja, a paz mundial e felicidade de todas as pessoas. Kyo é o "mecanismo"que permite a fusão com a Lei Mística.

Para saber mais acesse o site:http://www.bsgi.org.br

sexta-feira, 16 de março de 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012

O tempo e o vento...



Verão de 72 - Piçarras - SC

Liberdade contida,
Juventude não vivida,
Possibilidade perdida,
Lágrima caída,
   O vento soprou
   O vento levou...
Sonho esquecido,
Amor não vivido,
Coração partido,
Colo perdido,
   O vento soprou
   O vento levou...
Fantasia proibida,
Alegria reprimida,
   O vento soprou...
Música não dançada,
Sozinha na calçada,
             E o vento me levou...
MIB 09/10/97


quinta-feira, 8 de março de 2012

Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.

Mulher da vida, minha irmã
               Cora Coralina
Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.
 
Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.